As ocorrências de furto de gado têm aumentado na média estadual, o que preocupa produtores.
Falta de provas dificulta identificação
de responsáveis por abigeato
A incidência de casos de abigeato tem aumentado a cada ano. O furto de animais sofreu elevação de 13,4% em 2016, comparando com o ano anterior. No ano passado, aproximadamente 8,7 mil cabeças foram furtadas, representando um prejuízo de R$ 70,6 milhões, segundo dados obtidos a partir da Lei de Acesso à Informação (LAI).
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Um dos problemas consequentes deste tipo de crime refere-se à dificuldade de identificar os responsáveis. Os furtos são cometidos sem deixar muitos rastros, principalmente à noite, em propriedades onde o gado se mantém distante das casas. Sendo assim, não é possível ouvir os veículos nem os berros dos animais.
Outro problema está relacionado ao destino da carne roubada. Normalmente, o gado é furtado para a comercialização da carne no mercado. Quem compra, na maioria das vezes, não solicita a origem do produto, e acaba por consumir uma carne de origem ilegal e de conservação questionável.
Apesar do aumento de furtos de gado na média estadual, há região que não apresenta crescimento nas ocorrências. De acordo com a Polícia Civil de Ijuí, a área de abrangência da 26ª Regional é a que apresentou o menor número de casos de abigeato nos últimos 10 anos entre as 29 regiões do interior do Rio Grande do Sul.
A região de Ijuí cobre também o munícipio de Coronel Barros. Para estes dois municípios, não há nenhum profissional que atenda exclusivamente aos casos de abigeato. Segundo o delegado Gustavo R. Arais, da 26ª Regional, a maior dificuldade está em "obter provas, pois é um crime cometido em locais sem câmeras de vigilância e testemunhas. É um dos crimes mais difíceis de se apurar a autoria". De acordo com o delegado, não há dados que apresentem a porcentagem de ocorrências solucionadas na região.